Enquadramento Geográfico e Sócioeconómico

Valongo localiza-se na Região do Norte, integra a Área Metropolitana do Porto (AMP) e apresenta uma área territorial de 75,12 km2. Os limites geográficos do concelho compreendem a Norte, o concelho de Santo Tirso, a Nordeste, o concelho de Paços de Ferreira, a Este, o concelho de Paredes, a Sudoeste, o concelho de Gondomar, e a Oeste, o concelho da Maia.

O concelho de Valongo está dividido em três Freguesias e uma União de Freguesias (UF):

Freguesia de Alfena (1)

15,52 km2 14 439 habitantes

Freguesia de Ermesinde (2)

7,88 km2 39 095 habitantes

Freguesia de Valongo (3)

20,24 km2 25 883 habitantes

UF de Campo e Sobrado (4)

31,49 km2 15 280 habitantes

De acordo com os dados dos Censos de 2021, residiam em Valongo, 94.697 pessoas, o que corresponde a 5,45% da população da Área Metropolitana do Porto, sendo o sétimo concelho mais populoso da Região.
Analisando a evolução da população residente no concelho, entre os Censos de 2011 e 2021, verificou-se um acréscimo populacional de 839 residentes, correspondendo a um aumento de 0,89%, nas freguesias de Ermesinde e de Valongo.
Em 2021, a população residente era, maioritariamente, constituída por Mulheres (52,49%), traduzindo-se numa Relação de Masculinidade de 90,50%, o que significa que existiam cerca de 91 homens por cada 100 mulheres.
Relativamente à distribuição da população residente por faixa etária, o intervalo dos 25 aos 64 anos (56,18%) é a classe etária mais representada. Seguiam-se as pessoas com 65 e mais anos (19,44%), a população mais nova, com idades compreendidas entre 0 e 14 anos (13,47%) e, por fim, as pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos (10,90%).

Fonte: INE, População residente (N.º) por Local de residência, Sexo e Grupo etário; Decenal (1); População residente (N.º) por Local de residência, Sexo e Grupo etário; Decenal (1)

Na qualificação da população, e de acordo com os Censos 2021, é possível aferir que 33,68% da população não possuía nenhum nível de escolaridade ou apenas possuía o 1.º Ciclo do Ensino Básico (31.892 pessoas), 28,36% possuía o 2º ou 3º Ciclo do Ensino Básico (26.854 pessoas), 22,76% possuía o Ensino Secundário e Pós-Secundário (21.552 pessoas) e 15,21% o Ensino Superior (14.399 pessoas).

Fonte: INE, População residente (N.º) por Local de residência, Sexo e Níveis de ensino; Decenal

Enquadramento com a temática da Economia Circular

A "Economia Circular (EC) promove o uso eficiente e a rodutividade dos recursos, através de produtos, processos e modelos de negócio assentes na desmaterialização, reutilização, reciclagem e recuperação dos materiais".

In Plano de Ação para a Economia Circular em Portugal (PAEC)

O modelo circular, "procura extrair valor económico e utilidade dos materiais, equipamentos e bens pelo maior tempo possível, em ciclos energizados por fontes renováveis. Os materiais são preservados, restaurados ou reintroduzidos no sistema de modo cíclico, com vantagens económicas para fornecedores e utilizadores, e vantagens ambientais decorrentes de menor extração e importação de matérias-primas, redução na produção de resíduos e redução de emissões associadas".

In Liderar a Transição. Plano de Ação para a Economia Circular em Portugal: 2017-2020

A transição para uma economia circular exige "uma abordagem sistémica e transversal a vários componentes da sociedade; por isso, não pode ser composta somente por ações top-down (Governo) ou bottom-up (utilizadores/consumidores, empresas, administrações regionais e locais e municipais). Deverá ser um processo iterativo e interativo, que exige ciclos de aprendizagem entre os envolvidos".

In Liderar a Transição. Plano de Ação para a Economia Circular em Portugal: 2017-2020

No Plano de Ação para a Economia Circular, promovido pelo Governo Português, são considerados três níveis de ações:

Ações de âmbito estrutural, que produzem efeitos transversais e sistémicos que potenciam a apropriação de princípios da economia circular pela sociedade.

Ações ou iniciativas definidas e assumidas pelo conjunto de intervenientes na cadeia de valor de setores relevantes para o aumento da produtividade e utilização eficiente de recursos do país, capturando benefícios económicos, sociais e ambientais.

Ações ou iniciativas definidas e assumidas pelo conjunto de agentes governativos, económicos e sociais, regionais e/ou locais, que incorporam o perfil económico local e o valorizam na abordagem aos desafios sociais.

A implementação de uma Economia Circular, é uma das soluções para se alcançarem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), propostos na Agenda 2030, uma vez que assenta em bases como:

Acabar com o desperdício e conservar valor

Evitando a extração cada vez maior de recursos e mantendo os produtos em uso o máximo de tempo possível, através da melhoria do seu desempenho e de um design sustentável.

Regenerar ecossistemas

Evitando a destruição de habitats e a perda de biodiversidade.

Abordar de forma sistémica e transversal os setores económicos

O que requer alterações estruturais profundas envolvendo toda a sociedade, dado que, é essencial privilegiar a inovação, o aumento da competitividade e da produtividade com base num crescimento económico sustentável, promover a conservação do capital natural, conciliando com uma melhoria da qualidade de vida.

"Existe apenas um planeta Terra mas, em 2050, o mundo consumirá como se existissem três".Fonte: Comissão Europeia (2020)

Torna-se assim urgente, a mudança de paradigma de uma economia mundial que ainda se baseia largamente no modelo de economia linear: produzir - consumir - deitar fora, considerando que os recursos são ilimitados, e que a capacidade regenerativa do planeta Terra é infinita, para um modelo de economia circular em que o ciclo de vida dos produtos é alargado.

Visão, Missão e Valores

Visão

Dinamizar o espaço urbano-rural, em prol de um desenvolvimento mais sustentável, a nível económico, social e ambiental.

Missão

Valongo, um concelho (cada vez mais) verde!

Valores

Compromisso

Por parte dos decisores políticos, para fazer do território de Valongo, um exemplo de boas práticas de economia circular, cidadania climática e sustentável, em prol da melhoria da qualidade de vida da comunidade local e do zelar pelo planeta.

Participação

O envolvimento da população, quer nas diversas atividades quer até, na tomada de algumas decisões, permite, um maior grau de percepção das situações inerentes à gestão sustentável do território, mais agregação do caráter identitário, e uma certa co-responsabilização pelas ações, individuais e coletivas.

Cooperação

O processo de cooperação e de criação de sinergias entre os diversos stakeholders, para se promoverem ações que potenciem uma gestão territorial equilibrada e uma sociedade mais equitativa, fraterna, igualitária, livre e resiliente, é de extrema importância na circularização da economia.

Sustentabilidade

Numa forma dinâmica e holística de abordar o desenvolvimento em todas as suas dimensões, a sustentabilidade, tem que ser a palavra de ordem para se assegurar uma nova coesão social, económica e territorial.

Inovação

Promover a investigação e desenvolvimento (I&D), para inovar nas políticas e nas ações a implementar no território, em prol da economia circular e da prossecução de objetivos para melhorar o estatuto "European Green Leaf".

Comunicação

A implementação de mecanismos integrados de divulgação e comunicação do planeamento estratégico do território, e das acções que se têm promovido em prol do desenvolvimento sustentável no geral e em concreto da economia circular, são um excelente meio de suporte para se alcançarem os objetivos.

O projeto